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Foto do escritorRoberto Mosimann

Great Redunbling: já ouviu falar sobre essa tendência?



A natureza do trabalho está mudando — e rápido. Isso se deve, principalmente, aos avanços tecnológicos, que assumem um papel cada vez mais transformador no contexto profissional em diversas áreas. Soluções de automação e inteligência artificial estão especialmente relacionadas a esse movimento, que exige cada vez mais mudanças e adaptações em indústrias de todos os portes e segmentos. É nesse contexto que surge o Great Redunbling.


Essa tendência tem ganhado força com o deslocamento de profissionais em um cenário cada vez mais desafiador e volátil. Diante dessa nova realidade, as médias lideranças — como gerentes de áreas diversas — podem ter um papel cada vez mais relevante na condução dessas mudanças.


Neste artigo, buscamos abordar o Great Redunbling, trazendo uma visão sobre o papel e a influência das médias lideranças em um cenário em constante rearranjo.


Neste artigo, vamos entender:

  • O que é Great Redunbling

  • De onde surgiu o termo

  • Qual o papel da média liderança nesse processo?

  • E a alta liderança: qual o envolvimento?


Aproveite a leitura!


O que é o Great Redunbling?


A expressão “Great Redunbling” tem se tornado mais comum no mercado de trabalho, diante das mudanças na execução das atividades, tendências e necessidades. A expressão pode ser traduzida livremente como “Grande Reagrupamento” e está relacionada a uma resposta a questões como avanços tecnológicos, automação, remodelação do trabalho e extinção de funções.


Essas são questões que já fazem parte da realidade de diversos setores em todo o mundo, conforme avançam os recursos tecnológicos e suas aplicabilidades. Esse movimento tem gerado certo grau de temor entre os profissionais, já que muitas pessoas sentem que seus empregos podem ser ameaçados ou comprometidos pelo uso crescente de tecnologia.


O Great Redunbling, por sua vez, busca colocar a média liderança no centro desse processo de transformação. A ideia é garantir que gerentes possam otimizar a cooperação entre tecnologia e seres humanos. Para tanto, há uma reorganização estratégica de tarefas, habilidades e responsabilidades, considerando as necessidades e opções desse momento do mercado.


No geral, a ideia é buscar um equilíbrio entre o que a tecnologia consegue otimizar, o que as máquinas podem fazer e como as pessoas podem contribuir. Ou seja, a intenção é fazer com que as lideranças atuem de modo cada vez mais direcionado para reagrupar talentos. Assim, elas podem proteger empregos, em vez de atuarem com foco no corte de vagas, por exemplo.

Origem do termo


Apesar de essa abordagem já estar sendo adotada, ela está em uma fase incipiente. O próprio conceito ainda é relativamente recente. Uma de suas primeiras ocorrências é no livro “Power to the Middle: Why Managers Hold the Keys to the Future of Work”, de Bill Schaninger, Bryan Hancock e Emily Field. A obra foi publicada pela Harvard Business Review Press.


Nessa obra, os autores usam como exemplo principal uma loja da Amazon Fresh, com tecnologia Just Walk Out em que não é necessário nem sequer fazer o self checkout. Graças à evolução da tecnologia, com sensores cada vez mais precisos e inteligentes, muitos compradores não precisam recorrer aos caixas tradicionais.


Embora essa seja uma tendência que pode ser adotada por muitos outros estabelecimentos do varejo, isso não significa que os profissionais que atuam no caixa devem ser sumariamente demitidos. A proposta do Great Rebundling é, exatamente, repensar as funções para contemplar as necessidades e mudanças no cenário.



Qual é o papel das médias lideranças nesse processo?


Ao pensar nas lideranças, é muito comum considerar imediatamente os cargos C-level, como pessoas diretoras e que ocupam a presidência de uma empresa. No entanto, a média liderança tem um papel-chave na realidade dos negócios — especialmente ao considerar o Great Redunbling.


Em um contexto convencional, é comum que essas lideranças fiquem com o papel de cortar posições, considerando que elas também atuam com a implementação da automação e o gerenciamento de seus impactos — mais até do que as lideranças operacionais.

Porém, com o Great Redunbling esse papel pode se transformar de modo considerável. Afinal, o fortalecimento desse movimento pode transformar médias lideranças em uma espécie de guardião de posições de trabalho. O objetivo não é impedir a evolução e a incorporação da tecnologia e, sim, garantir a otimização da integração com o capital humano.


Então em vez de se limitar a ajudar a definir como devem ocorrer os desligamentos, a liderança passa a ter um papel ativo em ajudar os colaboradores a migrarem de área e assumirem novas funções. No livro “Power to the Middle” isso é abordado, em especial, quanto aos caixas.


Com a expansão do self checkout, a função dos caixas tende a deixar de ser passar as compras para assistir os clientes diante de suas necessidades, estabelecer um contato mais próximo e humanizar a experiência. Para que isso seja possível, entretanto, as médias lideranças precisam estar comprometidas em orientar os profissionais nessa jornada de transformação e adaptação.


Ainda, a liderança também fica responsável pelo processo de reskilling ou requalificação. Ele está relacionado ao desenvolvimento de novas competências e aprimoramento de habilidades já existentes para atender a novas demandas. Com o aprendizado contínuo e orientado para as novas necessidades, os talentos ficam mais preparados para atuar em um mundo em intensa transformação.


As tarefas de alto valor agregado para humanos


Para esse processo ser bem-sucedido, é fundamental que as médias lideranças consigam identificar as tarefas que apresentam alto valor agregado para humanos. Essas são atividades desempenhadas por pessoas e que não podem ser facilmente substituídas por máquinas e recursos de automação que existem no momento.



Pense no caso do atendimento ao cliente. Os chatbots ajudam a aumentar a disponibilidade do contato e garantem mais eficiência — tanto para a empresa quanto para o público. Porém, essas ferramentas ainda são limitadas e não conseguem substituir plenamente o que um ser humano consegue fazer — especialmente em relação a questões complexas.

O Great Redunbling, portanto, envolve identificar essas atividades que precisam ser desempenhadas por humanos e garantir que os talentos sejam direcionados para essas atividades. A média liderança tem uma função indispensável por estar em contato com o time e ter uma visão ampla do negócio, do setor e das necessidades em termos de resultados.



No geral, as tarefas de alto valor agregado são aquelas que exigem soft skills que não podem ser mimetizadas pela tecnologia — ao menos por enquanto. Entre elas, estão questões como:


  • empatia;

  • tomada de decisão;

  • escuta ativa;

  • negociação;

  • resiliência;

  • criatividade;

  • cooperação.


A identificação e o trabalho dessas tarefas adequadamente permite estabelecer um alto grau de sinergia entre tecnologia, máquina e pessoas. Desse modo, há mais harmonia na atuação de todos os envolvidos, o que ajuda o negócio a se tornar mais estratégico e até mais competitivo.

Como a alta liderança pode apoiar o Great Redunbling?


Embora a média liderança esteja no centro desse reagrupamento e equilíbrio de funções, a alta liderança também pode contribuir significativamente. Um dos primeiros passos que a liderança sênior pode tomar é fazer o reagrupamento das próprias lideranças intermediárias. A ideia é automatizar, em especial, atividades burocráticas e deixá-los mais focados na estratégia.

Também é essencial que líderes em patamares mais elevados empoderem e ofereçam autonomia para a média liderança. Desse modo, os profissionais conseguirão tomar decisões de modo mais estratégico e direcionado.

No geral, a alta liderança também deve compartilhar a visão estratégica, definir expectativas claras e oferecer suporte na gestão da mudança. Garantir que gerentes tenham as ferramentas necessárias — desde a realização de pesquisas junto aos colaboradores até estudos mais completos para embasar as decisões — é igualmente necessário para potencializar os resultados.


Conclusão

Conforme você acompanhou, o Great Redunbling é um conceito que tende a ganhar força com o tempo, conforme a evolução tecnológica se torna cada vez mais presente. Com a redefinição das funções tradicionais, caberá à média liderança ser capaz de reconfigurar times e apoiar profissionais de modo a obter a melhor configuração entre máquina, tecnologia e seres humanos.

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